Motivação veio da família e da afinidade com as exatas, dizem aprovados.
Samuel passou de primeira; Adriana conseguiu também aprovação no IME.
Alunos de escolas de Fortaleza conseguiram 41 das 120 vagas ofertadas
no vestibular do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA),
conquistando 34% das aprovações. “O que mais me motivou foi a minha
paixão pelas ciências exatas e pela família”, afirma Samuel Wolf, 17
anos, aprovado no curso de aerospacial.
Dezessete alunos aprovados são da escola Farias Brito e, entre eles, um
rapaz que fez provas em Manaus, de acordo com o diretor superintendente
do colégio Tales de Sá Cavalcante. Outros 11 alunos são da escola 7 de
Setembro e os demais do Christus, Master, Colégio Militar, Ari de Sá e
Antares.
Em entrevista ao G1, Samuel conta que soube da
existência do ITA apenas quando foi fazer a matrícula na escola que lhe
ofereceu uma bolsa integral. “Olhei para a mesa do coordenador e vi um
folheto sobre aprovações no ITA. Perguntei ao coordenador do que se
tratava a escola e pedi para ser incluído na turma especial”, explica.
Após entrar na turma preparatória para o concurso em uma escola de
Fortaleza, Samuel viu outra chance de realizar um sonho impedido por um
problema de visão. “Desde pequeno, gostava de avião e me preparei para
passar na Escola de Cadetes do Ar, mas quando fui fazer os exames, no
Recife, fui reprovado por causa da hipermetropia”, explica. Mesmo com a
reprovação, o resultado chamou a atenção da equipe do Colégio Farias
Brito, onde estudou com bolsa integral desde o 2º ano do ensino médio.
Samuel com 14 anos durante semana de exames
na Epcar, no Recife, onde foi reprovado por conta da
hipermetropia (Foto: Samuel Wolf/Arquivo Pessoal)
na Epcar, no Recife, onde foi reprovado por conta da
hipermetropia (Foto: Samuel Wolf/Arquivo Pessoal)
Os primeiros anos de Samuel no novo colégio foram difíceis. Ele teve de
fazer o 1º ano em uma escola pública por conta de problemas financeiros
na família. “A maioria dos conteúdos eu aprendi somente a partir do 2º
ano”, afirma. Para acompanhar o ritmo de estudos dos demais alunos da
turma, ele disse que retirava 15 livros na biblioteca do colégio para
estudar de 6h às 21h durante a semana.
“Às vezes, estudava até 2 da manhã e dormia apenas quatro horas por
dia”, relata. A maratona de estudos fez com que Samuel recuperasse os
conteúdos escolares de dois anos em um. “No 3º ano, foi mais tranquilo.
Já tinha me habituado ao ritmo de estudos e recuperado o que não tinha
aprendido na escola pública”, conta.
A escolha do curso de Samuel foi definida apenas depois de ele ter
pesquisado detalhes e buscado orientação de professores. “Como é um
curso novo, tenho mais chances no mercado de trabalho”, explica. Um dia
após receber a notícia da aprovação, Samuel já pensa em avançar ainda
mais na área que pretende atuar: “Quero fazer graduação, pós-graduação,
doutorado e até PhD”.
Sucesso em dobro
A aprovação em primeiro lugar no Instituto Militar de Engenharia (IME) não mudou os planos de Adriana Nunes, 19 anos, que está decidida a fazer o curso de mecânica-aeronática no ITA. Aluna do Colégio Farias Brito, em Fortaleza, ela recebeu a notícia tão esperada após três anos de tentativa. “Depois do terceiro ano, fiz mais dois anos de cursinho e fiquei muito realizada com o resultado de tanto estudo", afirma Adriana.
Sucesso em dobro
A aprovação em primeiro lugar no Instituto Militar de Engenharia (IME) não mudou os planos de Adriana Nunes, 19 anos, que está decidida a fazer o curso de mecânica-aeronática no ITA. Aluna do Colégio Farias Brito, em Fortaleza, ela recebeu a notícia tão esperada após três anos de tentativa. “Depois do terceiro ano, fiz mais dois anos de cursinho e fiquei muito realizada com o resultado de tanto estudo", afirma Adriana.
Adriana
Nunes quer cursar o ITA mesmo sendo a primeira colocada no IME; ela
tentou três vezes o exame estudado das 7h às 22h (Foto: Viviane
Araújo/Agência Diário)
O interesse de Adriana em fazer o vestibular mais difícil do Brasil
começou quando ela fazia o 1º ano. “Sempre tive o ITA como referência
como uma das melhores faculdades do Brasil e o impacto disso no mercado
de trabalho muito competitivo me motivou”, conta. Na rotina de estudos
que começava às 7h e terminava às 22h, Adriana usava apostilas e livros
indicados por professores e outros amigos que já haviam sido aprovados
no vestibular. “Para não bitolar muito, sempre saía com os amigos para a
praia ou para o cinema no fim de semana”, diz.
A aprovação no ITA é apenas o primeiro objetivo alcançado da carreira
pretendida por Adriana. “Quero construir uma carreira bem sólida e ter
um espaço mercado de trabalho onde eu possa ajudar os mais necessitados
ou iniciantes na carreira”, afirma. Para garantir o sucesso, ela diz
contar com os mesmos incentivos: a afinidade com as disciplinas de
ciências exatas e o apoio dos pais para acatar as suas decisões
profissionais.
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Escolas estudam potencial dos alunos
Para Teles de Sá, do Farias Brito, o segredo do sucesso da instituição está no preparo e acompanhamento dos alunos. A escola aprovou 17 alunos neste vestibular no ITA. Ele conta que os estudantes podem começar a preparação a partir do primeiro ano do ensino médio. “Estudamos o potencial de cada aluno e aqueles que se destacam são convidados a participarem das turmas preparatórias. Os que são de fora e procuram o colégio, nós fazemos um teste de seleção”, explica Cavalcante.
Para Teles de Sá, do Farias Brito, o segredo do sucesso da instituição está no preparo e acompanhamento dos alunos. A escola aprovou 17 alunos neste vestibular no ITA. Ele conta que os estudantes podem começar a preparação a partir do primeiro ano do ensino médio. “Estudamos o potencial de cada aluno e aqueles que se destacam são convidados a participarem das turmas preparatórias. Os que são de fora e procuram o colégio, nós fazemos um teste de seleção”, explica Cavalcante.
O diretor e professor Cavalcante, afirma que cada ano tem um ritmo
diferente de estudo para os alunos. O terceiro ano é o mais intenso.
“Agora, o mais importante é que cada um dos nossos estudantes nas turmas
preparatórias tem uma companhamento individual. Então, sabemos das
dificuldades em cada capítulo dos estudos”, afirma. O Colégio Farias
Brito, atualmente, tem 14 mil alunos. Entre eles estão as duas turmas de
terceiro ano, cerca de 40 alunos cada, que se preparou para as provas
do IME e ITA. “Vejo isso com muita responsabilidade acima de tudo.
Sempre que ganhamos aprovações a pressão fica maior, a cobrança
aumenta”, afirma Cavalcante que vai acompanhar os estudantes
pessoalmente no dia da matrícula.
Fonte:G1
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